PEQUENOS MÚSICOS - Prof.ª Carla Nunes

Blogue de apoio às aulas de Educação Musical de 2.º Ciclo e de 3.º Ciclo

sábado, 15 de novembro de 2008

Loucos de Lisboa - Ala dos Namorados

Link para o vídeo que mostra como se toca os "Loucos de Lisboa" na flauta:

http://br.youtube.com/watch?v=YgPUKbmP64I

Ala dos Namorados



Os loucos de Lisboa

Parava no café quando eu lá estava,
Na voz tinha o talento dos pedintes.
Entre um cigarro e outro lá cravava
A bica ao melhor dos seus ouvintes.

As mãos e o olhar da mesma cor
Cinzenta como a roupa que trazia,
Num gesto que podia ser de amor
Sorria, e ao partir agradecia.

São os loucos de Lisboa
Que nos fazem duvidar.
A Terra gira ao contrário
E os rios nascem no mar


Um dia numa sala do quarteto
Passou um filme lá do hospital,
Onde o esquecido filmado no gueto
Entrava como artista principal.

Comprámos a entrada p'rá sessão
P'ra ver tal personagem no ecrã
O rosto maltratado era a razão
De ele não aparecer pela manhã.

São os loucos de Lisboa
Que nos fazem duvidar.
A Terra gira ao contrário
E os rios nascem no mar


Mudamos muita vez de calendário
Como o café mudou de freguesia.
Deixámos de tributo a quem lá pára,
Um louco a fazer-lhe companhia.

Sempre a mesma posse, o mesmo olhar.
De quem não mede os dias que vagueiam
Sentado lá continua a cravar
Beijinhos às meninas que passeiam.

Não me mintas - Rui Veloso



Sigam este link para tocarem a peça "Não me mintas", na flauta.

http://br.youtube.com/watch?v=at554u8vT4M

Letra

Não me mintas

Eu queria unir as pedras desavindas
escoras do meu mundo movediço
aquelas duas pedras perfeitas e lindas
das quais eu nasci forte e inteiriço

Eu queria ter amarra nesse cais
para quando o mar ameaça a minha proa
E queria vencer todos os vendavais
que se erguem quando o diabo se assoa

Tu querias perceber os pássaros
Voar como o Jardel sobre os centrais
Saber por que dão seda os casulos
Mas isso já eram sonhos a mais


Conta-me os teus truques e fintas
Será que os "Nikes" fazem voar
Diz-me o que sabes e não me mintas
ao menos em ti posso confiar

Agora diz-me o que aprendeste
De tanto saltar muros e fronteiras
Olha p’ra mim e vê como cresceste
Com a força bruta das trepadeiras

Põe aqui a mão e sente o deserto
Cheio de culpas que não são minhas
E ainda que nada à volta bata certo
Juro ganhar o jogo sem espinhas

Tu querias perceber os pássaros
Voar como o Jardel sobre os centrais
Saber por que dão seda os casulos
Mas isso já eram sonhos a mais